segunda-feira, 21 de julho de 2014

Não posso

Ainda
que a tristeza permaneça
e  fique e queime e aumente
ainda que me custe
gritos presos à garganta
sob noites frias
ou manhãs cinzentas
não posso deixar o amor
para o dia seguinte

Não posso deixar pra depois
todos os possíveis risos leves
e frouxos e soltos e quentes
nem posso me esquecer
das brisas e certezas
que ainda virão
e irão

Não posso
apagar meus sonhos
a esperança de dias melhores
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o amor
nem odiar a vida

Prefiro adiar a dor
e odiar você.

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