Recolho os destroços
espalhados pelo piso da sala
os pedaços da camisa que
ficaram pelo corredor
junto todos, um a um
retiro dela os botões de madrepérola
e com eles remonto a lua
para adormecer em paz
Silêncio no quarto
Agora me restam apenas
um par de olhos vermelhos
e um rosto com marcado por dois rios
o pensamento que mergulha
nos negros e gelados existentes
dos cantos desta casa vazia
Sonho em silêncio
e desejo morar no teu peito
por alguns minutos, que seja
sorrir novamente e ter de volta
as brisas leves de janeiro
Então acordo
agora já é manhã
recomeço o novo dia
colo todos os pedaços largados
seco os rios e afluentes
e sigo.
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