A mulher de olhar cansado me pediu para alcançar-lhe o livro da vitrine e eu lhe entreguei. Li rapidamente os dizeres impressos na capa, e desde então aquela frase, aquela cena e aqueles olhos, estão cristalizados na minha memória. Numa fração de segundo, no curto espaço de tempo que existe entre o passar de livros de uma mão à outra, couberam uma infinidade de coisas que não se mensura. Inquietudes. Confesso que, ainda agora, a frase ainda me ecoa forte: "Se você não existisse, que falta você faria?". Mesmo sem respostas, eu continuo aqui, arrumando outras pilhas de livros, atendendo novos olhares e dando sentido (ainda que mecânico) à minha singela existência.
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