quinta-feira, 22 de maio de 2014

Minhas moradas

Se perguntarem pra mim onde moro, responderei que tenho várias casas, dependendo do momento do meu dia. Moro em diversos lugares. Nove horas na residência, oito no trabalho, quatro na faculdade, duas no trânsito e uma no horário de almoço.

Responderei também que não moro sozinha. Em todos estas moradas divido espaço com meus sonhos. Estes, ainda que mal caibam dentro de minhas casas, carregam consigo a teimosia de permanecerem firmes, todos juntos.

Que bom que estes sonhos, companheiros de minha vida, ainda resistem, apesar do aperto do tempo! Porque todas estas casas seriam muito frias e tristes se meus sonhos não morassem lá, junto comigo...

Um comentário:

William Wollinger Brenuvida disse...

1.Acho que foi Milton (Nascimento) que cantou "essa casa não é minha, e nem é meu esse lugar". Somos seres metamórficos, transcendemos quando aprendemos e cabe, por meio de uma decisão: seguir, permanecer ou retornar.
2. "Na casa de meu pai há várias moradas". Na minha casa existencial há várias moradas. Minha casa física, minhas relações cotianas são apenas uma camada das múltiplas casas em que aprendi ser e estar.
3. Teu texto curto é existencial. É, per si, reflexivo...